A TAP confirmou esta semana a nova temporada de Verão 2019 a partir do aeroporto do Porto com reforços de peso. A transportadora portuguesa vai soma à lista de destinos diretos Lyon e Munique, recuperar a rota de Bruxelas e reforçar as ligações atuais a Madrid e a Nova Iorque. Para cumprir esse reforço a TAP deverá basear 3 novos aviões no Aeroporto Francisco Sá Carneiro: 1 Airbus 321LR e 2 Embraer 190
Antonoaldo Neves, presidente-executivo da TAP, já tinha avançado estas novidades há alguns meses, mas só agora foram confirmadas oficialmente, estando os horários e os bilhetes já disponíveis.
A lógica, tanto para a escolha das novas rotas como dos reforços, continua a ser a mesma que levou a companhia a recuperar as ligações a Barcelona e Milão Malpensa, bem como a abrir novas a Londres City e a Ponta Delgada: rotas com um volume de passageiros significativo, onde a TAP consegue ter vantagem ou em frequências ou em custos operacionais relativamente à concorrência. A parte operacional parece manter-se também, com os novos voos a serem organizados por forma a captar o passageiro ponto-a-ponto e a escalar o efeito hub.
Em conferência de imprensa na cidade do Porto, a companhia irlandesa levantou o véu sobre uma programação de Inverno cheia de novidades para o aeroporto Francisco Sá Carneiro. As mais visíveis são a nova ligação a Varsóvia Modlin, bem como a ofensiva a 3 das 4 rotas abandonadas pela TAP: Barcelona, Bruxelas e Milão. Destaque ainda para as ligações a Dublin, Liverpool e Valência, que deixam de ser sazonais.
Relativamente à rota de Varsóvia, começa no dia 2 de Novembro e terá 2 frequências semanais (4ªf e Sábados). O anuncio chega menos de uma semana depois do efectuado pela Wizz Air, numa reacção quase igual à que teve quando a Wizz Air apresentou Lisboa-Varsóvia. A diferença é que desta vez a companhia húngara preveniu-se, guardou a sua mão até a Ryanair ter a programação de Verão fechada e assim evitou um inicio simultâneo de operações. Fica agora a questão de quando, e se, ambas se encontrarão no corredor Porto-Varsóvia. Nenhuma tem por hábito recuar.
Os reforços nas rotas de Barcelona, Bruxelas e Milão Bergamo estão garantidos a partir do final de Outubro, apesar da companhia ter dito que está a procurar formas de introduzir essa capacidade mais cedo. Bruxelas e Milão recebem +4 frequências semanais, que no caso da capital belga serão distribuídos em partes iguais pelos aeroportos de Zaventeme Charleroi. Já Barcelona ganha +1 frequência diária. Estes novos voos, por si só, permitem cobrir 149% da oferta abandonada pela TAP para Barcelona, outros 57% para Bruxelas Zaventem (111% contando Charleroi) e 146% para Milão.
Não recebendo a mesma atenção que as anteriores, o prolongamento do período de operação de 3 rotas clássicas, Dublin, Liverpool e Valência, é igualmente importante. Com Dublin volta a estar aberta no Inverno a única ligação directa entre o Porto e a Irlanda, 9 anos depois da Ryanair a ter restringido ao Verão. Liverpool, que passou a sazonal em 2007, ajudará a capitalizar o grande crescimento que o mercado inglês está a verificar e que não dá sinais de abrandamento. Finalmente, a operação de Inverno para Valência, suspensa em 2013, é uma mostra da recuperação do mercado Espanhol e permitirá fortalecer os laços com a 3ª maior cidade espanhola.
Com estas novidades a low-cost irlandesa avançou uma previsão de 3.4 milhões de passageiros transportados nos seus aviões de/para o Porto em 2016. Assim, continua sobre carris o compromisso pessoal de Michael O’Leary de fazer crescer a operação da Ryanair no AFSC até atingir os 5 milhões de passageiros anuais em 2018. Um compromisso crescente pelo Porto que mostra, novamente, que o interesse estratégico de uma companhia aérea não é algo que possa ser forçado ou comprado. As companhias podem vender migalhas a preço de ouro, mas na hora da verdade, o interesse estratégico prevalece sempre.
Boeing 737-800 da Ryanair. Foto tirada por Ron Kellenaers
A TAP apresentou hoje em conferência de imprensa várias novidades para 2016, fazendo esta página destaque à apresentação da nova estratégia de operação para o Porto e à introdução de um serviço shuttle, denominado Ponte Aérea, entre o Porto e Lisboa.
Relativamente à nova estratégia para o Porto, mantém-se com pequenas alterações a operação intercontinental, reduz-se a operação europeia e aumentam-se os voos para Lisboa através da Ponte Aérea. Terminam as rotas de Barcelona, Bruxelas, Caracas, Milão Malpensa e Roma Fiumicino, reduzem-se outras como Funchal, Genebra, Londres Gatwick, Madrid, Paris Orly, Rio de Janeiro e São Paulo e aumentam Amesterdão, Lisboa e Luxemburgo. Sem entrar numa análise detalhada rota-a-rota, pode-se dizer que acabam as rotas menos densas, com sectores mais longos e sem valor estratégico, mantendo-se aquelas com maior densidade e valor estratégico.
Sobre o serviço Ponte Aérea, terá como mínimo 1 voo cada hora entre as 6 da manhã e as 9 da noite (saídas do Porto às ’30 e de Lisboa à hora certa) e será direccionado tanto aos passageiros em ligação como aos ponto-a-ponto. Para os primeiros, os novos horários permitem reduzir tempos, preços de ligação, e por conseguinte, o incómodo que supõe a troca de avião. Para os segundos, a nova estrutura tarifaria mais leve e sem penalização por sentido, a flexibilidade de poder trocar de voo no próprio dia e as prometidas reduções de tempos no FSC e na Portela, nomeadamente a utilização de canais exclusivos e o facto do passageiro apenas necessitar de chegar ao aeroporto 25min antes do voo, prometem um produto muito interessante e competitivo para o consumidor.
Há muitos anos que se justificava uma reforma da operação da TAP no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. As alterações hoje anunciadas, embora pudessem ter ido mais longe, não deixam de ser um passo importante e um reconhecimento dessa mesma realidade. A saída da companhia das 4 rotas europeias mencionadas anteriormente quebrará alguma fragmentação excessiva nessas ligações, deixando a concorrência consolidar a sua oferta e permitindo à TAP focar-se naquelas rotas onde tem mercado e vantagens comparativas. Por sua vez a nova Ponte Aérea permite melhorar muito significativamente a competitividade do Porto para destinos indirectos e estabelecer cada vez mais o avião como meio de transporte viável entre as duas principais áreas metropolitanas portuguesas.
Imagem de computador da “nova” TAP Express. Imagem: TAP Portugal
São agora 4 as companhias a voar entre o Porto e o principal aeroporto belga, Bruxelas (National). A última a juntar-se ao grupo foi a Vueling, que hoje inaugurou a sua operação com 4 frequências semanais operadas com equipamento Airbus 320.
Neste momento a rota tem +129% de lugares disponíveis cada semana comparativamente a igual período do ano passado e quase o dobro das frequências, um aumento que é parcialmente compensado com a diminuição de voos para o aeroporto de Charleroi. Assim, se considerarmos a capacidade total Porto-Bélgica temos uns aumentos mais moderados de +40% em lugares semanais e +30% em frequências.
Bruxelas é a 3ª rota directa que a Vueling opera no aeroporto Francisco Sá Carneiro. A companhia catalã estreou-se à cerca de um ano no nosso aeroporto com uma tímida entrada na rota de Paris (Orly), que por esta altura de 2013 tinha apenas 2 frequências semanais. Doze meses depois, a Vueling disponibiliza 15 frequências semanais e opera 3 rotas diferentes.
A Ryanair anunciou ontem a entrada no aeroporto de Bruxelas (National) com uma base operativa de 4 aviões, abrindo uma ligação diária com o Porto a partir de 27 de Fevereiro. Os novos voos ainda não estão 100% formalizados, no entanto nada faz prever que haja algum bloqueio nesse sentido.
Contrariamente ao habitual, em que a motivação económica é a principal razão para abrir novas rotas, neste caso tudo aponta a que se trata apenas de um rápido contra-ataque à Vueling e à sua expansão no aeroporto belga (que contempla 4 frequências semanais para o Porto).
Esta entrada levanta várias questões, a primeira das quais sobre a rota de Charleroi (a 60km de Bruxelas), para onde a Ryanair voa 9 vezes por semana desde o Francisco Sá Carneiro. Por enquanto, o sistema de reservas da companhia prevê a operação simultânea para os dois aeroportos, mas tal como aconteceu com as rotas de Girona e Barcelona, não é de descartar alguma forma de consolidação da operação num futuro próximo. Fica também por esclarecer se a entrada da Ryanair em aeroportos principais vai ficar por aqui, ou se pelo contrário será uma estratégia para alargar ao resto da rede e complementar a mudança para um modelo de negocio mais amigo do consumidor.
1 de 303 Boeing 737-800 da Ryanair. Foto tirada por Roberto Bianchi
A rota de Bruxelas (National) ganha um 3º operador a partir de 1 de Maio 2014. À Brussels Airlines e à TAP junta-se a Vueling, numa operação com 4 frequências semanais operadas com Airbus 320 de 178 lugares. O anúncio foi feito hoje pela transportadora catalã durante a apresentação da sua nova base operativa no principal aeroporto belga.
Infelizmente o eterno problema dos horários nesta rota parece manter-se. Se os horários da Brussels e da TAP já eram bastante parecidos (à saída do Porto), os da Vueling são praticamente iguais aos da companhia belga: as saídas de Bruxelas e do Porto fazem-se com menos de 1h de diferença entre estas as duas companhias.
Entre o Francisco Sá Carneiro e a Bélgica estão actualmente programadas 27 frequências semanais para a temporada de verão: 9 para o aeroporto de Charleroi (Ryanair) e 18 para o aeroporto de Bruxelas (Brussels Airlines, TAP e Vueling), o que se traduz em 8.000 lugares disponibilizados cada semana.
A320 da Vueling. Foto tirada por Olivier Corneloup
A Brussels Airlines vai deixar de voar para o Porto com equipamento próprio durante a próxima temporada de Inverno, tornando assim a sua operação sazonal. A companhia belga tem reduzido bastante a sua operação europeia, focando-se cada vez mais no mercado africano e no longo-curso para compensar as perdas das rotas do velho continente, e é neste contexto que o corte se enquadra.
Apesar de ter vindo a crescer quase continuamente nos últimos anos, tanto em termos de passageiros como de ocupações, a Brussels nunca se conseguiu afirmar realmente durante o Inverno. Ocupações médias ligeiramente superiores a 60% e poucas frequencias comparativamente à concorrência durante o inverno, contrastam com voos diários e ocupações próximas a 80% durante o verão, dados que ajudam a explicar a decisão de tornar estes voos sazonais. O phase-out dos Boeing 737 que operavam a rota, o elevado custo do combustível, a presença de uma companhia da Star Alliance na rota e a actual conjuntura económica são os ingredientes que complementam esta receita.
Os B737 da Brussels serão totalmente substitutos por A32X até ao final do ano. Foto tirada por Carlos Seabra
Continuará a ser possível reservar bilhetes com código SN, tanto para Bruxelas como para outros destinos da rede Brussels Airlines, aproveitando os voos diários da TAP entre o Francisco Sá Carneiro e a capital europeia. Neste momento a transportadora portuguesa não tem previsto nenhum reforço de capacidade, embora não seja de descartar alguma troca de equipamento em parte das frequencias, por forma a captar os 15.000 passageiros que usaram esta ligação em W11.
A Brussels Airlines vai reforçar com 8 voos a ligação do nosso Aeroporto com Bruxelas, entre os dias 16 de Dezembro e 8 de Janeiro. Os voos estão programados com equipamento A319, B733 e B734, totalizando 1.140lugares adicionais.
Porto – Bruxelas (SN1812) Bruxelas- Porto (SN1811)
A Brussels vai deixar um dos seus B737-300 a dormir no Porto de 7 para 8 de Janeiro. Foto tirada por Carlos Seabra
Durante o ano passado, a transportadora belga tinha realizado apenas 4 frequência adicionais, cerca de metade do que tem programado para este ano. Com mais de 60.000 passageiros transportados até Novembro e uma ocupação média superior a 70%, 2011 arrisca-se a ser o melhor ano de sempre da operação da Brussels Airlines no Porto.