Ryanair apresenta temporada de Verão 2019

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A Ryanair apresentou ontem a sua temporada de Verão 2019 (S19) para Portugal, e como vem sendo habitual, com reforço de destinos no aeroporto do Porto. Para além das ligações a Cagliari, Maraquexe e Sevilha anunciadas para o Inverno 2018 (W18), e que continuarão em S19, somam-se Alicante, Brive e Veneza Treviso. Foram ainda anunciados reforços de frequências para Bruxelas, Dublin, Londres Stansted, Luxemburgo, Malta e Marselha. Segundo Michael O’Leary, com esta operação a Ryanair prevê transportar em 2019 4.2 milhões de passageiros de e para o Porto.

Alicante arranca a 3 de Abril e terá 2 voos semanais (5f e Domingos). Alicante não é um destino inédito, tendo já existido operações charters para servir as populares zonas de Benidorm e Costa Branca, no entanto será a primeira vez em operação regular direta. O volume de passageiros indiretos é também significativo para uma distância tão curta: quase 6.000 em 2017, ou 115 por semana em média.

Porto – Alicante
De A Frequência Partida Chegada Nº voo Equipamento
03 Abr. – – – – 3 – – – – 12:00 14:35 FR 2028 Boeing 738
07 Abr. – – – – – – – – 7 18:40 21:25 FR 2028 Boeing 738
Alicante – Porto
De A Frequência Partida Chegada Nº voo Equipamento
03 Abr. – – – – 3 – – – – 15:10 15:45 FR 2029 Boeing 738
07 Abr. – – – – – – – – 7 21:50 22:25 FR 2029 Boeing 738

Brive terá também 2 voos semanais (2ªf e 6ªf), e inicio marcado para o dia 1 de Abril. É a última aposta da Ryanair nas ligações regionais francesas, cuja fórmula de sucesso é já bem conhecida. Não sendo dos destinos mais publicitados, Brive já fez parte da lista de destinos diretos do aeroporto do Porto em 2013 e 2014, na altura com uma operação sazonal Julho-Setembro de 1 voo semanal operado pela Europe Airpost. Espera-se que agora a Ryanair consiga usar as suas vantagens competitivas e manter a rota no tempo.

Porto – Brive
De A Frequência Partida Chegada Nº voo Equipamento
01 Apr. – – 1 – – – 5 – – 18:30 21:15 FR 5256 Boeing 738
Brive – Porto
De A Frequência Partida Chegada Nº voo Equipamento
01 Apr. – –– – 1 – – – 5 – – 21:40 22:25 FR 5257 Boeing 738

Por fim, a rota a Veneza terá 2 frequências semanais (3ªf e Sábados) e inicio marcado para o dia 2 Abril. Os voos serão efetuados a partir do aeroporto de Treviso, onde a low-cost concentra o grosso da sua operação na cidade dos canais. Veneza era um dos destinos mais aguardados do aeroporto e dos que registam maior procura indireta, tendo estado presente na lista de voos diretos do AFSC pela última vez em 2012, com uma operação algo desastrosa da Volotea.

Veneza será a 7ª rota da Ryanair entre o Porto e Itália, mercado onde a companhia atinge uma quota de mercado superior a 70%. Apesar do forte crescimento, o mercado Porto-Itália continua a sofrer de um grande défice de capacidade relativamente à procura, nomeadamente a nível de frequências. Nesse sentido nem esta nova operação escapa à regra, e com apenas dois voos semanais deverá ficar curta para o potencial da ligação.

Porto – Veneza Treviso
De A Frequência Partida Chegada Nº voo Equipamento
02 Abr. – – – 2 – – – – – 15:55 19:45 FR 2160 Boeing 738
06 Abr. – – – – – – – 6 – 07:50 11:40 FR 2160 Boeing 738
Veneza Treviso – Porto
De A Frequência Partida Chegada Nº voo Equipamento
02 Abr. – –– – – 2 – – – – – 20:10 22:00 FR 2161 Boeing 738
06 Abr. – –– – – – – – – 6 – 12:05 13:55 FR 2161 Boeing 738

FR_MOL_S19

Por outro lado, e como já vêm sendo habitual nas apresentações da Ryanair, as más noticias são ignoradas e apenas visíveis nas entrelinhas. Somando os valores das novas rotas e frequências para S19, bem como a variação prevista para W18, a expectativa seria um crescimento de 300.000 passageiros para qualquer coisa como 4.6 milhões de passageiros anuais. O valor apresentado por Michael O’Leary de 4.2 milhões não só fica bastante abaixo desse valor, como ainda fica abaixo dos 4.3 milhões previstos para 2018.

Feitas as contas, utilizando o mesmo método que a Ryanair utiliza nestas ocasiões e alguma margem de erro, os valores avançados pela companhia irlandesa implicam reduções para as temporadas de Verão e Inverno em rotas já existentes na ordem dos 350.000 – 450.000 passageiros sobre o anunciado hoje. Em termos reais (comparando com igual período de 2018), o corte seria na casa dos 50.000 a 150.000 passageiros.

Neste momento, e sem confirmação oficial, a programação carregada no site da Ryanair reflete um corte dessa dimensão, através da redução de 1 frequência semanal para Copenhaga e a retirada dos 3 voos diários para Lisboa (considerando o seu cancelamento não só em S19, mas em W19). A Ryanair tem por habito fazer alterações pontuais mais perto do inicio das temporadas, tanto acrescentando como retirando voos, pelo que podemos ver outras mudanças mais para a frente. No entanto, a confirmar-se estes números, e à espera do que será a programação de Inverno 2019, o próximo ano poderia ser o primeiro em que a Ryanair registaria menos passageiros no aeroporto Francisco Sá Carneiro do que no ano anterior.

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11 opiniões sobre “Ryanair apresenta temporada de Verão 2019”

  1. Ou seja é um pau de 2 bicos.

    Estou com receio dos numeros que vamos obter em 2019. Com a redução da Ryanair, muito medo minha gente.

    1. muito medo que não suba a 2 dígitos?

      também não é caso para pânico, olhar para o mapa acima e temos crescimento na ordem dos 3% e ainda deve estar bastantes coisas por anunciar.

      estranho seria se adeternum mantivesse o aeroporto crescimentos sempre acima de 10%

    2. Crescimento de 3% sem contar com a TAP, que sabemos vai ter um forte aumento. Portanto ainda em terreno muito positivo.

  2. falta de slots em Lisboa promove que quem as tem as tente utilizar em segmentos mais lucrativos pelo menos no Verão, pode ser a principal razão para o cancelamento da rota opo lis

    1. Os slots que a Ryanair precisa não são estes. O problema, parece-me, é que 2019 seria o 4º ano da rota, e ao 4º ano os descontos nas taxas desaparecem. Numa rota tão curta como esta, faz uma diferença muito grande. Se a TAP não tivesse criado a Ponte Aérea, provavelmente a Ryanair conseguiria tarifas suficientemente altas para se manter, mas contra um shuttle é dificil.

      João, pensei exatamente o mesmo. O problema aí também é que as oportunidades de ligação continuam a ser muitas, em parte porque o sistema não foi sendo aperfeiçoado. A Ryanair tem estado preocupada com outras coisas, e as ligações não são o principal neste momento, embora haja espaço para alargar a outras rotas peninsulares.

    2. Há vários problemas.
      Há a falta de slots, o aumento do preço das mesmas, o aumento do preço dos combustíveis, as greves sucessivas e parece-me que a Ryanair precisa de tempo para respirar e estabilizar alguns processos, rotas e fazer uma revisão comercial e operacional.

      De qualquer forma, Lisboa será sempre a rota que dói menos ver cortada, não implicando redução efectiva na oferta do AFSC.

      A entrada de novos destinos parece-me bem mais relevante do que a potencial perda marginal de lugares. A qualidade é mais importante do que a quantidade!

    3. A saída de Lisboa não pode fragilizar o facto do Porto ser “hub” da Ryanair? Já que é origem/destino mais próximo e mais “a caminho”. Além de que com 3 frequências por dia facilmente se faz ligação…

    4. João Carvalho, os slots em Portugal não são comercializáveis e o preço é residual, portanto não tem valor monetário. Mesmo o preço dos combustíveis afeta mais as rotas mais longas, não tanto as mais curtas. Cortar 3 voos diários supõe uma redução efetiva na oferta de qualquer rota, e isso não deixa de ser verdade por estarmos a falar de Lisboa.

      João, sim, é um problema para o projeto do hub da Ryanair de facto, principalmente nesta altura. Por outro lado, eles têm isso algo abandonado, e sem desenvolvimentos é dificil que a coisa se desenvolva.

    5. O preço das “slots” era o preço da operação aeroportuária nos 2 aeroportos.

      A nível de combustível ser longo curso, ou não, é irrelevante tendo em conta os preços praticados e as margens aplicadas. Se uma rota tem margens altas acomoda bem o aumento, caso não tenha não acomoda independentemente do percurso. Qualquer rota de longo curso tem muito maior risco associado, dados os custos de operação da mesma, sendo rotas muito mais elásticas.

      Há uma redução, obviamente, apenas digo que entre cortarem Lisboa ou cortarem 10 rotas, imaginando que se equiparam a nível de passageiros, a mim preocupa-me muito mais a 2ª opção do que a primeira. Se fecharem a A1 eu também não fico tão preocupado como se fecharem a A4 e a A3, pois tem alternativas.

      A questão dos mini-hubs da Ryanair para já parece-me mais uma dor de cabeça do que uma mais valia para a operadora.

    6. O combustível, como percentagem dos custos totais, é muito maior numa rota de longo curso que numa rota curta, portanto é relevante.

      A questão das alternativas também é muito relativa. Para viajar entre o Porto e Roma não faltam alternativas, no entanto, continuam a não ser suficientes. Já para ir do Porto à Ilha de Páscoa há poucas opções, mas chega e sobra. Neste caso de Lisboa, convém sublinhar que os passageiros que as novas rotas somam é menor do que os que se vão perder.

      A Ryanair tem muitas dores de cabeça, mas as transferências não são uma delas. Eles só não tem desenvolvido o conceito, que é diferente de dar problemas.

  3. Com as transferências de voos no Porto não seria estranho eles agora retirarem um dos voos que potencialmente mais passageiros em ligação pode trazer?

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