
A Czech Airlines efectuou ontem o seu último voo desta temporada entre o Porto e Praga. A operação, inicialmente prevista até ao final de Outubro, foi encurtada por indisponibilidade de frota causada pelos problemas com os Boeing 737MAX.
A transportadora checa tinha recorrido este ano à Smartwings para operar a rota do Porto com aviões Boeing 737-800, de maior capacidade que os Airbus 319 da própria CSA e que cobriram a ligação em anos passados. No entanto, com a suspensão dos 737MAX em Março, a Smartwings ficou com 8 aviões indisponíveis para este Verão, cerca de 1/4 da sua frota total e mais do que a frota de médio curso da Czech Airlines. Parte dessa capacidade ainda foi recuperada com recurso a aviões de outras companhias, mas não foi possível cobrir a sua totalidade. A partir daí foram reduzidas e suspensas muitas frequências planeadas para este Verão, o que no caso do Porto significa a suspensão da ligação na totalidade.
A CSA voa de forma sazonal entre o Porto e Praga desde 2015. A operação, embora pequena, manteve sempre uma trajectória de crescimento. Para este Verão, a previsão era que o número de lugares disponível fosse quase o triplo dos oferecidos em 2015, tanto pela utilização de aviões de maior capacidade e como por aumento de frequências.

Por outro lado, embora os problemas de disponibilidade de frota sejam um forte motivo, a companhia poderia ter optado por cortar capacidade noutras ligações e/ou manter a do Porto com uma frequência mais reduzida, tentando acomodar com aviões próprios. Mesmo o volume de passageiros, embora crescendo, acabou por ficar sempre um aquém do expectável. Praga foi a primeira das rotas do AFSC para o Leste, no entanto, das seis que operaram em 2018, foi a 2ª menos movimentada. Budapeste, por exemplo, movimentou mais do dobro dos passageiros e Varsóvia o triplo. Praga é também a única das seis operada por uma companhia tradicional, o que pode explicar boa parte desse desempenho.
Fica assim a dúvida sobre o que a CSA vai fazer em 2020, se recupera a ligação, se a passa totalmente para a Smartwings ou se a abandona definitivamente. Outra possibilidade, atendendo aos dados do mercado e à dinâmica do aeroporto de Praga, seria a entrada de um novo operador, aproveitando o espaço livre para se estabelecer com mais facilidade.
Péssimas notícias
E em Lisboa esta rota também caiu ou diminuiu as frequências? Contrariamente ao habitual, se não me engano, a rota foi lançada inicialmente no Porto é um ano depois em Lisboa.
Sim, a de Lisboa também foi suspensa, estava prevista com o mesmo avião da Smartwings mas nos dias em que não operava OPO.
Estes dias tinha sido falado aqui de uma hipotética base, ou mero crescimento, da Volotea no Porto. Praga é também uma cidade onde eles vão apostando noutros locais…
Além deles a Ryanair será a mais forte candidata a assumir este lugar deixado agora vago correcto?
Este ano já vamos tarde, mas sim, a Ryanair seria a candidata mais provável. Também encaixaria bem com a easyJet parece-me. A Volotea, abrindo base num dos aeroportos poderia ser uma possibilidade, e não sei até que ponto a TAP não poderia estar interessada também.
Por outro lado, a própria CSA ou a Smartwings podem anunciar a recuperar a rota antes de que qualquer outro player se chegue à frente.
Nem me lembrei da TAP, realmente faz todo o sentido.
E se calhar até teria mais potencial para se manter o ano todo com a possibilidade de escala no Porto…
Relembro que a Volotea tem code share com a TAP na rota de Bilbao, daí que seria interessante.
Acho que a ano todo só com uma LCC, para a TAP poderia ser interessante no Verão. No Inverno mesmo a operação de Lisboa não é grande coisa, não me parece duplicável.
zoficial, continuo a achar que se essa parceria com TAP / Volotea fosse aprofundada, poderia ser muito interessante para o aeroporto. Mas neste momento ainda é uma coisa muito básica, nem ligações permite.
Parece-me que a Volotea esteja mais interessada em ligar as suas bases já definidas ao Porto como Veneza e Marselha
Por acaso a Volotea sempre fez muitas rotas em W, não me parece impedimento. Mais importante é as rotas encaixarem no modelo deles (mercados pequenos não servidos onde eles possam operar em monopólio).