Em conferencia de imprensa, Pablo Caspers, subdirector da airberlin para Portugal e Espanha, apresentou os números da companhia alemã registados pela companhia durante a presente temporada (até 7 de Maio). Nos 3 aeroportos do continente onde opera, todos apresentaram quebras no número de passageiros.
Considerando isto, o caso da ligação Porto-Palma de Maiorca é o mais grave. A companhia perdeu desde o principio deste ano -43,7% dos seus passageiros, e -16,8% durante Abril. Quebra esta que está proporcionalmente ligada ao corte brutal de frequencias que vem sendo feito desde Outubro de 2010, sendo que em 2011 o corte situa-se nos -43,2% e em Abril nos -24,3%.
Pablo Caspers atribui esta quebra à falta de procura do mercado alemão, devido à inexistência de acções de promoção turística promovidas pelo Turismo de Portugal. Neste sentido, o subdirector da airberlin para Portugal e Espanha admite que “a rota pode desaparecer algum dia se o Porto não criar procura” e que esta “a tentar falar com o Turismo de Portugal para explicar a situação e evitar fechá-la [rota Porto – Palma de Maiorca]”. Para colmatar esta falha, sugere um trabalho conjunto de promoção turística entre a empresa e os actores turísticos da região, como os empresários de hotelaria, para “aproveitar-se dos alemães que são campeões do mundo em viajar”. Para terminar, sublinhou ainda a vontade de fazer a ligação funcionar “Voamos porque queremos o trajecto mas não temos apoios e só queremos criar procura”.

Este blog, no entanto, faz uma outra análise e considera que esta queda generalizada se deve à pouca competitividade do hub de Palma de Maiorca nas deslocações Alemanha – Portugal continental, e no caso específico do Porto, também à redução brutal de frequencias.
1. Fraca competitividade do hub de Palma de Maiorca
O hub de PMI é uma solução muito interessante para transportar passageiros entre a Alemanha e Espanha. As relações entre a ilha e as principais cidades espanholas é óbvia, permitindo um número de passageiros ponto-a-ponto suficientemente grande para sustentar boas frequencias. A isto soma-se a grande falta de ligações dessas mesmas cidades ao norte da Europa sem passar por Madrid e uma concorrência fraca ou inexistente, o que resulta em resultados muito positivos. No caso português, os 3 aeroportos do continente contam com a presença da Lufthansa, que assegura voos directos para a Alemanha com um maior número de frequencias, aviões de maior capacidade e uma rede invejável a partir dos seus hubs. No AFSC, a Lufthansa mostrou-se recentemente muito satisfeita com a sua rota OPO-FRA classificando-a como a que tem registado o desenvolvimento mais positivo de todas as rotas portuguesas. Recorrendo mais uma vez ao exemplo espanhol, verifica-se que em todas as cidades onde a Lufthansa e a Air Berlim competem, a segunda tem pelo menos uma ligação directa com um dos seus hubs no centro da Europa:
Barcelona – Berlim, Düsseldorf, Hamburgo, e Estugarda;
Bilbao – Düsseldorf;
Madrid – Viena;
Málaga – Berlim, Colónia, Düsseldorf, Hamburgo, Hanôver, Munster, Munique, Estugarda e Zurique;
Valencia – Colónia e Viena
Para além da Lufthansa, a Ryanair tem vindo a apostar pelo mercado alemão, explorando 5 rotas directas entre o Porto e a Alemanha.
2. A retirada silenciosa da Air Berlim – análise dos resultados no Porto
Para facilitar a leitura dos dados, apresentam-se duas grupos de gráficos: um sobre os resultados anuais de 2008 a 2010, e o segundo sobre os de 2010 e 2011.




Aqui é possível verificar que a tal procura que a Air Berlim se queixa de não existir devido à falta de promoção do destino, já existiu durante uma certa altura, sendo que o ano passado até registou uma subida de passageiros de 1,9% perante um corte de 6,4% nas frequencias, tendo ficado com uma média de 133 passageiros por voo, o equivalente a 87% em A319 ou 76% em A320.






Comparando o primeiro quadrimestre deste ano com o de 2010, os dados são claros: houve uma clara diminuição dos movimentos e consequentemente, uma queda proporcional dos passageiros, tendo a ocupação mensal aumentado significativamente, ainda que a ocupação anual continue em níveis baixos.
3. Rotas potencais: a solução?
Atendendo a todos estes factores, acredito que a Air Berlim ainda pode ter um papel muito importante no Francisco Sá Carneiro. A reputação que possui na Alemanha, a relação qualidade/preço, a futura entrada na aliança Oneworld, e o impulso que poderá representar para o novo aeroporto de Berlim Brandenburg (BBI) como grande hub, demonstram o potencial que ainda pode ser explorado. A solução passa, na minha opinião, pela exploração das várias oportunidades de rotas directas à Alemanha referenciadas, como Berlim, Hamburgo ou Munique. A exploração destas três rotas, segundo a ANA, movimentaria cerca de 110.000 passageiros anuais, sendo uma boa fatia passageiros de negócio.
Percebo que uma campanha publicitária forte poderia trazer benefícios a nível turístico, mas dar essa dinheiro à Air Berlim para fazerem uma coisa ao estilo do que fizeram na Galiza (o famoso site), mais vale estar quieto.
E o problema não é só com o Porto, porque eles queixam-se exactamente do mesmo de Lisboa, onde outras companhias tem voos directos para Berlim, Colónia, Dusseldorf, Estugarda, Hamburgo, Frankfurt e Munique.
A direcção da AB devia era estar mais atenta ao mercado português, criar essas ligações directas e adaptar-se à concorrência, porque aqui a história da perda de turismo alemão não pega. A Lufthansa agradece.
De acordo con todo. Oporto e conhecido en Alemanha sen necesidade de publicitalo. A solución son os voos directos pero eles queren encher Palma cos voos da península para logo distribuilos por Europa, na Galiza poden facelo porque non hai competencia pero en Oporto teñen competencia e o modelo non é valido.